quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Queda do Ovni em Roswell

No dia 8 de julho de 1947, em Roswell (Novo México, Estados Unidos), o jornal Roswell Daily Record publicou em primeira página a notícia de que o 509º Grupo de Bombardeiros da então Força Aérea do Exército dos EUA havia tomado posse dos destroços de um disco voador: RAAF (Roswell Army Air Field, Aeródromo Militar de Roswell)captura disco voador em rancho na região de Roswell, era o título da manchete.

A notícia causou rebuliço na cidade, mas já no dia seguinte o jornal desmentia a história: A notícia sobre os discos voadores perde o interesse. O disco do Novo México é apenas um balão meteorológico.

Os destroços haviam sido encontrados originalmente por um fazendeiro chamado William "Mac" Brazel, que deu uma entrevista ao Roswell Daily Record contando como foi o achado, publicada no dia 9 de julho. Ele disse que no dia 2 de julho, enquanto andava a cavalo com o seu filho Vernon, de 8 anos, deparou-se, a cerca de 12 km do rancho em que vivia, com uma série de destroços. Acostumado a encontrar restos de balões meteorológicos, não lhes deu importância de início, só vindo a recolher o material no feriado do 4 de Julho, juntamente com a sua mulher e seu filho Victor, de 14 anos. Nesse mesmo dia ele contou a sua história aos vizinhos Floyd e Loretta Proctor, que o informaram que alguns jornais ofereciam até 3.000 dólares por uma prova dos chamados “discos voadores”, assunto que estava causando furor na imprensa devido às declarações do piloto Kenneth Arnold feitas um mês antes.

Arnold relatou que, ao sobrevoar o Oregon, avistou o que seriam aeronaves voando em formação, e descreveu o seu movimento como o de pedras ou discos deslizando na superfície de um lago. A imprensa logo cunhou o termo “disco voador”, excitando as imaginações, o que estimulou quase mil relatos de avistamentos de ufos nas semanas seguintes (hoje acredita-se que o que Arnold viu foram, na verdade, pássaros migrando).

Em 7 de julho de 1947, Brazel dirigiu-se até delegacia do xerife George Wilcox, no condado de Chavez, informando-o de que teria talvez encontrado os restos de um disco voador. O xerife telefonou para a base aérea de Roswell, que enviou o Major Billyard Ray Cyrus, do 509º Grupo de Bombardeiros, juntamente com o Capitão Sheridan Cavitt, para analisarem os destroços.

Major Marcel recolheu o material e o transportou para a base de Fort Worth. Enquanto isso a história se espalhou, dando origem à manchete do Roswell Daily Record do dia 8. No dia seguinte, o Exército tratou de desmentir a versão do disco voador, afirmando que os destroços encontrados eram de um balão meteorológico.

 Colocando as coordenadas 33º 57' 0.26" N 105º 18' 51.49" W podemos observar que foram dois locais de queda

 Em 1994, Steven Schifft, congressista do Novo México, pediu à GAO (General Accounting Office – Escritório Geral de Auditoria) que buscasse a documentação referente ao Caso Roswell. Quando a USAF recebeu a petição da GAO, publicou dois relatórios conclusivos sobre o caso: o primeiro, de 25 páginas, intitulado O relatório Roswell: a verdade diante da ficção no deserto do Novo México, foi publicado ainda em 1994 e se concentra na origem dos destroços encontrados. Já o segundo, publicado três anos depois e denominado O incidente de Roswell: caso encerrado, aborda os relatos de corpos de alienígenas. No primeiro relatório a USAF afirmava que os restos encontrados eram de balões do Projeto Mogul, altamente secreto, projetado para detectar possíveis testes nucleares soviéticos (o primeiro teste nuclear soviético só aconteceria em 1949). Para isso, detectores acústicos de baixa frequência eram colocados em balões lançados a altas altitudes. Outros pesquisadores também chegaram, de forma independente, à relação entre Roswell e o Projeto Mogul: Robert Todd e Karl Pflock, autores de Roswell: Inconvenient Facts and the Will to Believe.

 Os pesquisadores do Projeto Mogul ainda vivos por ocasião da investigação foram entrevistados, em especial o professor Charles B. Moore, que era o engenheiro-chefe do projeto. Inicialmente baseados na Universidade de Nova Iorque, os pesquisadores se mudaram para a base de Alamogordo, Novo México, de onde os balões eram lançados. O equipamento utilizado para pesquisas era carregado por uma série de balões (inicialmente de neopreno e mais tarde de polietileno) conectados entre si. Pendurado à série de balões, ia um alvo de radar - uma estrutura multifacetada de compensado recoberto com papel-alumínio - utilizada para rastrear os balões após o lançamento.

A partir dos registros ainda disponíveis sobre o projeto, concluiu-se que os destroços encontrados em Roswell seriam provavelmente do quarto voo, ocorrido em 4 de junho de1947. Este voo consistia em cerca de vinte e um balões meteorológicos de neoprene ligados entre si, um microfone sonda, explosivos para regular a altitude do aparelho, interruptores de pressão, baterias, anéis de lançamento e de alumínio, três pára-quedas de pergaminho reforçado de cor vermelha ou laranja e três alvos refletores de radar de um modelo não normalmente usado no continente dos Estados Unidos
 De acordo com o diário do Dr. Crary, um dos responsáveis do projeto, o voo NYU 4 foi acompanhado pelo radar até que desapareceu a cerca 27 km de distância do Rancho Foster. As cartas meteorológicas da época demonstram, contudo, que de acordo com os ventos prevalecentes de então, os balões podem ter sido levados exatamente para o local onde Mac Brazel os encontrou dez dias depois.

Já no relatório de 1997, a Força Aérea dos Estados Unidos afirmou que os estranhos corpos descritos por algumas das testemunhas eram na verdade bonecos de teste doProjeto High Dive. Concluiu-se que: diversas atividades da Força Aérea ocorridas ao longo de vários anos foram misturadas pelas testemunhas, que as lembraram erroneamente como tendo ocorrido em julho de 1947; os supostos corpos de alienígenas observados no Novo México se tratavam na verdade de bonecos de testes carregados por balões de alta altitude; as atividades militares suspeitas observadas na área eram as operações de lançamento e recuperação dos balões e dos bonecos de testes; e que os relatos envolvendo alienígenas mortos no hospital da base de Roswell provavelmente se originaram da combinação de dois acidentes, cujos feridos foram para aí transportados (a queda de um avião KC-97 em 1956, no qual onze militares morreram, e um incidente com um balão tripulado em 1959 em que dois pilotos ficaram feridos).

Atualmente, bonecos de teste são amplamente conhecidos pelo público em geral (principalmente por causa de seu uso em testes de segurança de automóveis), mas na década de 1950 eles eram desconhecidos fora dos círculos da pesquisa científica. No entanto, na década de 1920, a Força Aérea Americana já lançava esses bonecos de aviões como forma de testar modelos de paraquedas. Na década de 1940 eles foram usados para testar assentos de ejeção para caças (que haviam sido inventados pelos alemães). E na década de 1950, eles estavam sendo lançados de balões a alta altitude como parte do desenvolvimento de cápsulas de escape para os futuros veículos espaciais.

Entre junho de 1954 e fevereiro de 1959, sessenta e sete bonecos foram lançados de balões na região do Novo México, sendo que a maioria caiu fora dos limites das bases militares. Os bonecos eram transportados em grandes caixas de madeira, semelhantes a caixões, para evitar danos aos sensores montados em seu interior. Pelo mesmo motivo, quando retirados das caixas ou após recuperados no campo, os bonecos eram normalmente transportados dentro de sacos plásticos em macas. Em alguns lançamentos, os bonecos vestiam uma roupa de alumínio que protegia os sensores das baixas temperaturas das altas altitudes. Todos estes fatos, além de sua aparência, provavelmente contribuíram para sua identificação como corpos de alienígenas.

Em março de 2011 um documento de 22 de março de 1950, escrito pelo agente Guy Hottel, foi liberado pelo FBI em seu sistema de pesquisa (The Vault). O documento registra apenas o boato de que três discos voadores teriam sido recuperados no Novo Mexico (EUA), e que cada uma das espaçonaves seria ocupada por três corpos de forma humana, mas com apenas 3 pés (cerca de 1 metro) de altura, vestidos com roupa metalica de textura muito fina
Encerramento Do Caso
Todos os debates sobre o que aconteceu em Roswell gira em torno de informações obtidas de testemunhas. Estas testemunhas guardaram suas histórias por décadas, só aparecendo após o assunto receber destaque na imprensa e, em alguns casos, apenas repassavam relatos ouvidos de terceiros. O longo espaço de tempo entre o incidente e os relatos inevitavelmente, diminuiu a sua exatidão e algumas testemunhas, como os filhos de Mac Brazel e do Major Jesse Marcel, eram crianças na época. Como todos os depoimentos e contradições foram explicados, o caso pode ser considerado finalmente encerrado.

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