sábado, 30 de janeiro de 2016

Podemos estar vivendo no passado de um universo paralelo

Entre muitas teorias, alguns cientistas sugerem que o Big Bang não marcou o início do Universo e que talvez estejamos vivendo no passado de um universo paralelo.

Para tentar resolver o maior mistério de todos, dois grupos separados de cientistas proeminentes estão criando modelos que são capazes de examinar as condições iniciais no Universo, que poderiam ter criado aquilo que chamamos de ‘flecha do tempo’. De forma interessante, ambos os grupos parecem mostrar o tempo se movendo em direções diferentes, uma descoberta que é contraditória, de acordo com muitos pesquisadores.

Os cientistas acreditam que quando o Big Bang criou o nosso Universo, ele também criou um segundo ‘universo espelho’, onde o tempo na verdade se move em direção oposta. Olhando para ele a partir de nossa perspectiva, o tempo no universo paralelo se move para trás. Porém, qualquer um dentro do universo paralelo teria a percepção do tempo em nosso Universo como se este estivesse se movendo para trás.



O primeiro modelo que foi publicado há mais de um ano no Physical Review Letters, nos diz que uma das implicações mais básicas propostas na teoria da gravidade de Newton cria as condições necessárias para o tempo, tal como o conhecemos, se mover em uma certa direção.

De acordo com Julian Barbour da Universidade de Oxford, Tim Koslowski da Universidade de New Brunswick e Flavio Mercati do Instituto Perimeter para Física Teórica, para quaisquer sistema de partículas confinadas – um auto contido universo como o que vivemos, por exemplo – a gravidade cria um ponto quando a distância entre partículas é reduzido a um mínimo. Mas, quando as partículas se expandem para fora, isto ocorre em direções temporais diferentes.

Segundo o site quartz.com, Barbour e seus colegas criaram um modelo de ponto de partícula do Universo 1.000 vezes simplificado, mostrando esta expansão dupla, com a gravidade criando estruturas em ambas as direções. De acordo com a Segunda Lei da Termodinâmica, os sistemas assim convergem e expandem por necessidade, explica Flavio Mercati.
O ponto Janus

Pesquisadores afirmam que o momento antes da ‘expansão’ é referido como o “Ponto Janus”.

Numa entrevista com o site quartz.com, Barbour explica:


“O tempo não é algo que pré-existe. A direção e fluxo do tempo temos que deduzir do que está acontecendo no Universo. Quando olhamos para ele desta forma, é natural dizer que o tempo começa naquele ponto central e flui em direções opostas.”

Para simplificar as explicações, Barbour compara o assim chamado Ponto Janus ao momento que um rio se divide em dois e flui em direções opostas.

“É a coisa mais simples”, ele diz. “Você começa naquele Ponto Janus central, onde o movimento é caótico – é como a noção grega do caos primordial – mas então em ambas as direções você vê esta estrutura se formando. Se a teoria for correta, então há outro universo no outro lado do Big Bang, no qual a direção da experiência do tempo é oposta à nossa.”

Embora a teoria acima mencionada não seja aceita por todos os pesquisadores, ela criou empolgação na comunidade científica, o que levou a mais cientistas explorarem a teoria.

Agora, um novo estudo, reportado pelo site popular New Scientist, mostra que dois outros pesquisadores, – Sean Carroll do Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena, e Alan Guth do Instituto Massachusetts de Tecnologia – vieram com um modelo similar, que demonstra o tempo se movendo em direções opostas, em ‘universos paralelos’.

Embora seu estudo ainda não tenha sido publicado, os dois pesquisadores concordam que sua teoria é ainda mais simplificada do que a proposta por Barbour e sua equipe, já que ela não depende da gravidade ou de partículas confinadas em outro sistema. De acordo com relatos, o estudo proposto por Carroll e Gugh é baseado no conceito de entropia por si só, e não inclui qualquer outra pré-condição, o que significa que ele se aplica às partículas em ‘espaço infinito’, ao invés de sistemas auto-contidos como nos estudos anteriores.

“Chamamos isto de flecha do tempo de duas pontas“, disse Guth para o New Scientist. “Devido ao fato das leis da física não serem variáveis, vemos exatamente a mesma coisa em ambas as direções.”

Contudo, a teoria está longe de ser aceita na comunidade científica. De acordo com o New Scientist, há estágios iniciais num modelo onde a direção da entropia cresce e assim a flecha do tempo não é claramente definida, e difícil de ser contabilizada.

Barbour adicionou que o trabalho está sendo baseado em tudo que conhecemos sobre a física clássica.

Uma vez que as perguntas de física quântica foram introduzidas, todas as apostas serão lançadas. Ele adicionou:

“Ao invés de termos dois fluxos emanando de um rio, poderia ser mais parecido com uma fonte, onde você tem muitos pares de nascentes. Ou somente uma enorme gama de nascentes fluindo para fora de uma fonte, em diferentes direções.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário