quarta-feira, 2 de março de 2016

E se o ETs chamaram, mas ninguém pôde ouvi-los?

À medida que cientistas aceleram sua procura por outras formas de vida no Universo, dois astrofísicos estão propondo uma forma de não perdermos sinais de extraterrestres que estejam tentando se comunicar conosco.

René Heller e Ralph Pudritz dizem que a melhor chance para encontrarmos um sinal vindo do espaço é a de presumir que os observadores extraterrestres estejam usando os mesmos métodos para nos procurar que estamos usando para procurar por vida além da Terra.

Aqui na Terra, os pesquisadores do espaço estão focando a maior parte de seus esforços em planetas e luas que estão longe demais para serem vistos diretamente. Ao invés disso, eles os estudam através do rastreamento de suas sombras ao passarem na frente de suas estrelas mãe.

Através da mensuração da luz da estrela, quando o planeta passa na frente de sua estrela mãe durante sua órbita, os cientistas coletam uma gama de informações, até mesmo sem enxergar estes mundos diretamente.

Usando métodos que so permitem estimar a média de iluminação estelar e a temperatura de suas superfícies, os cientistas já identificaram dezenas de localizações onde a vida potencialmente poderia existir.

Num trabalho que será publicado no periódico Astrobiology, e disponível agora online, Heller e Pudritz perguntam: “E se os ETs descobrirem a Terra à medida que ela faz seu trânsito à frente do Sol?”

Se tais observadores estiverem usando os mesmos métodos de pesquisa que os cientistas estão usando na Terra, estes propõem que a humanidade deveria apontar seus ouvidos coletivos para a ‘zona de trânsito’ da Terra, que é a pequena fatia do espaço na qual a passagem de nosso planeta na frente do Sol pode ser detectada.

“É impossível predizer se os extraterrestres usam as mesmas técnicas de observação que nós“, disse Heller. “Mas eles terão que lidar com os mesmos princípios básicos que lidamos, os trânsitos solares da Terra constituem um método óbvio de detectar-nos“.

A zona de trânsito é rica com estrelas anfitriãs para sistemas planetários, oferecendo aproximadamente 100.000 alvos em potencial, cada um potencialmente orbitado por planetas e luas habitáveis, dizem os cientistas – e isso é somente o número que podemos ver com as tecnologias de rádio telescópio de hoje.

“Se qualquer um destes planetas abrigar observadores inteligentes, eles poderiam identificar a Terra como sendo um mundo habitável e vivo, há muito tempo, e poderíamos receber suas transmissões hoje”, escrevem Heller an Pudritz.

A questão do contacto com outros além da Terra é pouco hipotética, pois vários projetos estão em desenvolvimento, tanto para enviar sinais da Terra, quanto para procurar por sinais que tenham sido enviados diretamente ou tenham ‘vazado’ ao redor de obstáculos, possivelmente viajando por milhares de anos.

Heller e Pudritz propõem que a Breakthrough Listen Initiative, que faz parte da procura por vida extraterrestre mais completa, possa maximizar suas chances de sucesso, através da concentração de suas pesquisas na zona de trânsito da Terra.

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